PROJECTOS


SOS COELHO: Bases para a recuperação de uma espécie chave nos ecossistemas ibéricos
O projeto SOS COELHO: Bases para a recuperação de uma espécie chave nos ecossistemas ibéricos iniciou-se com a assinatura de um protocolo entre o CIBIO/InBio, a ANPC e o Fundo para a Conservação da Natureza e Biodiversidade (que financiou o projeto), a 23 de Outubro 2014, em cerimónia realizada em Mértola. O protocolo mereceu ainda […]
O projeto SOS COELHO: Bases para a recuperação de uma espécie chave nos ecossistemas ibéricos iniciou-se com a assinatura de um protocolo entre o CIBIO/InBio, a ANPC e o Fundo para a Conservação da Natureza e Biodiversidade (que financiou o projeto), a 23 de Outubro 2014, em cerimónia realizada em Mértola. O protocolo mereceu ainda homologação do Senhor Secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Dr. Miguel Neto, que testemunhou a assinatura.
Trata-se de um projeto que resulta de uma parceria entre a ANPC e o CIBIO, contando ainda com a participação de especialistas internacionais em matérias de virologia, genética e ecologia do coelho-bravo. O SOS COELHO foi desenvolvido em resposta ao surto de Hemorrágica Viral ocorrido em Novembro de 2012, reúne por um lado os proprietários e gestores de zonas de caça, por via da ANPC, e os especialistas em temas relacionados com o coelho-bravo, possuindo a equipa do CIBIO/InBio, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, seguramente os maiores especialistas mundiais na matéria.
O projeto SOS COELHO destaca-se ainda pela forma como foi desenvolvido, partindo do profundo conhecimento do problema pela ANPC e pelo CIBIO, numa lógica de investigação aplicada à resolução de problemas concretos, tendo uma abordagem de baixo para cima, partindo da identificação dos problemas e das lacunas de conhecimento, para a definição de uma estratégia que permitisse responder cabalmente às necessidades dos gestores, recorrendo aos mais adequados e melhores recursos disponíveis.
O projeto tem uma abordagem Nacional, com 20 áreas de amostragem espalhadas de Norte a Sul do País, onde será feita a monitorização e epidemiovigilância das populações de coelho, de forma sistemática. Em 5 destas áreas, será feita uma monitorização mais pormenorizada, incluindo a captura e recolha de amostras em coelhos vivos, para análises genéticas e serológicas, pretendendo-se avaliar a presença do vírus, as suas variações, os níveis de imunidade/anticorpos, as características genéticas das populações, a sua capacidade de sobrevivência e de resiliência (recuperação após surtos de doença), etc.
Serão ainda disponibilizados 10 pontos de recolha de coelhos mortos, tendo em vista a obtenção de amostras relativas a surtos de doença que vão ocorrendo no território Nacional, funcionando em complemento à rede de vigilância e monitorização sistemática, baseada nos referidos 20 pontos de amostragem.
Entre os resultados esperados, pretende-se definir modelos preditivos e explicativos da doença, bem como compreender quais os fatores que levam a que determinadas populações de coelho tenham maior capacidade de recuperação que outras, avaliando-se as diferentes variáveis que poderão estar na origem destas diferenças, sejam elas as características genéticas, as condições ambientais, os tipos de gestão das zonas de caça, questões relacionadas com a ecologia, com a predação, com o esforço de caça, combinações de várias das anteriores, etc.
Apenas com esta abordagem sistemática será possível obter informação de base para melhor compreendermos os problemas que afetam o coelho bravo, sendo o objetivo final, poder contribuir para a definição de medidas e orientações que permitam aos gestores atuarem de forma eficaz na mitigação dos surtos de doença e na implementação de medidas de gestão que permitam uma recuperação das populações de coelho.
Trata-se por conseguinte um projeto de grande interesse para o sector cinegético e para a conservação dos recursos naturais.
O projeto foi concluído em 2016, tendo-se realizado uma conferência de encerramento do SOS COELHO no dia 13-05-2016, em Mértola, no qual foram apresentados os resultados obtidos. Anteriormente foram realizados outros seminários intercalares bem como produzidos artigos em revistas científicas e revistas de caça, para além dos relatórios produzidos.
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